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Financeirização das distribuidoras é tema de palestra na Convenção da Rural Brasil

Fernando Pimentel, diretor da Agrosecurity e Agrometrika, participou no sábado, 19, da Convenção Anual da Rural Brasil, uma das maiores distribuidoras de insumos do país, com sede em Jataí/GO.

Participaram do evento, realizado em Caldas Novas/GO, membros da Liderança, equipe comercial e de Finanças da Rural. A esse público, Pimentel falou sobre as mudanças no ambiente de crédito no agronegócio, as oportunidades e tendências de “financeirização” dos distribuidores de insumos e de consolidação do setor em empresas de grande porte, com a consequente necessidade de adequação desses distribuidores, para terem uma relação direta com o sistema financeiro.

“Nesse sentido, plataformas como Agrometrika e Agrodocs – respectivamente para gestão de crédito e gerenciamento de documentação de crédito – que estão sendo implementadas na Rural Brasil, contribuem com esse sistema de automação de processos, governança e para a melhor gestão do seu portfolio de recebíveis e de operações de Barter”, diz Pimentel, anunciando o início, em breve, de um ciclo de treinamentos e adequações dessas plataformas às necessidades da Brasil Rural.

O palestrante revela ter ficado bastante satisfeito com o interesse e participação da audiência, que fez muitas perguntas sobre os processos e as tendências do setor de distribuição de insumos no Brasil.

GCONCI discute situação e o futuro do agronegócio citrícola na comemoração de seus 20 anos

GCONCI - consultores na festa dos 20 anos - Hamilton, presidente no centro, centado cópia

O Grupo de Consultores em Citros (GCONCI) comemorou os 20 anos de sua criação com um evento na Maison Solanos, em Limeira/SP, na noite da última quinta-feira (19), quando reuniu mais de duas centenas de profissionais com quem se relacionou durante sua trajetória, como citricultores, pesquisadores científicos e professores, representando instituições como os institutos Agronômico (IAC), de Economia Agrícola (IEA) e Biológico (IB) e a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), além de executivos de cooperativas como a Coopercitrus e de empresas de insumos do setor.

“Somos consultores apaixonados pela citricultura. Nosso objetivo é a excelência na consultoria”, afirmou o atual presidente da entidade, Hamilton Rocha, em sua saudação emocionada de boas-vindas aos presentes à comemoração. Emoção não faltou também no discurso do engenheiro agrônomo Joaquim Teófilo Sobrinho, diretor do Centro de Citricultura Sylvio Moreira do IAC na época da criação do grupo e grande incentivador do GCONCI, que durante anos contou com uma sala nas dependência da instituição de pesquisa.

“O GCONCI nasceu da necessidade de troca de informações entre os consultores e da necessidade de uniformizar dados como os das recomendações, para atender ao exigente mercado citrícola da época”, recordou Sobrinho, citando ainda a criação do Dia do Consultor em Citros, pelo grupo, que sempre colaborou com palestras e pesquisas com o Centro.

Em seguida, Gilberto Tozatti, um dos fundadores e presidente do grupo por diversas gestões, mostrou os números atuais do setor, no Brasil e nos Estados Unidos, na apresentação “Momento atual da citricultura”, de sua autoria e do colega Maurício Mendes. Na apresentação, o consultor destacou que o HLB, doença também conhecida como greening, tem sido responsável por reduzir a produção da Flórida, onde mais de 80% dos pomares estão infectados. Também no Brasil, o maior produtor mundial, a última safra apresentou quebra de 18%, em função de problemas fitossanitários, climáticos (consequência do El Niño) e da falta de investimentos nos pomares por conta da falta de capitalização dos citricultores.

A produção menor se reflete nos preços do suco congelado nas bolsas de Nova York e Rotterdam, que devem aumentar, de acordo com Tozatti e Mendes. “É hora, portanto, de retomada dos investimentos nos pomares. Mas com planejamento”, alertou Tozatti à plateia atenta. Segundo ele, a demanda pelo suco de laranja caiu 14% e a oferta, 31%, na comparação com 2010.

O especialista em marketing do agronegócio, professor, jornalista e escritor José Luiz Tejon Megido emocionou e provocou o público ao falar sobre o futuro do agronegócio citrícola, a superação dos desafios, ressaltando fatores como engajamento e foco para se ter sucesso no negócio em um mundo em que a rapidez das mudanças será cada vez mais marcante.   Para Tejon, as mulheres terão papel crescente em um mundo que valorizará muito a inovação, a sustentabilidade e a comunicação. “Não há futuro fora da compreensão da cadeia produtiva como um todo. Cooperativismo e associativismo também serão fundamentais”, alertou no final, falando também da importância do marketing e da comunicação com o consumidor final.

O produtor de mudas em Engenheiro Coelho/SP Antônio Camargo, presente ao evento, elogiou as apresentações e o trabalho do GCONCI, destacando especialmente os intercâmbios e missões internacionais organizadas pelo grupo, que trazem informações sobre novas tecnologias de produção. “Essas viagens e esses eventos proporcionam oportunidade de aumento de conhecimento sobre novos produtos e tecnologias”, disse Camargo.

Vladimir Silvano, gerente de marketing da Yara Crop Nutrition, também parabenizou os consultores pelos 20 anos de trajetória do GCONCI, “apoiando e desenvolvendo a citricultura brasileira” e desejou “um futuro com muito sucesso”.

Consultoria técnica

O Grupo de Consultores em Citros (GCONCI), criado em agosto de 1996 e que reúne 18 consultores especializados em citros, é uma associação técnica sem fins lucrativos, com sede em Cordeirópolis/SP.

Os integrantes do GCONCI prestam consultoria técnica direta a produtores responsáveis por mais de 40 milhões de plantas cítricas, o que representa quase 20% da citricultura brasileira. Além da consultoria direta, o grupo organiza missões técnicas internacionais, entre outras ações de difusão e intercâmbio de tecnologia, e lançou o prêmio Hall da Fama da Citricultura Brasileira, em que homenageia uma personalidade de destaque do setor durante a Semana da Citricultura do Instituto Agronômico (IAC), em Cordeirópolis.

A foto da home é de Delfim Martins/Pulsar Imagens

Avis Brasilis lança primeiro livro do gênero no país dedicado aos primatas

Primatas - capa reduzidaFruto de um trabalho de pesquisa, observação e vivência, a Avis Brasilis lança Primatas no Brasil – Cada Macaco no seu Galho, de autoria de Cristina Rappa, Heloisa Turini Bruhns e Lívia Botár. A obra, que tem o patrocínio da fabricante de embalagens de alimentos Tetra Pak®, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet nº 8.313/91) do Ministério da Cultura, é o único registro editorial no País sobre o assunto. Ricamente ilustrado, o livro conta com 200 fotografias de Luciane Salete Panisson, Adriana Cruz, Fabio Colombini e Tomas Sigrist, além de 200 ilustrações de Sigrist.

Dividida em quatro partes, a publicação convida o leitor a viajar nesse universo por meio de um passeio na floresta, ativando e estimulando os sentidos a fim de explorar detalhes e atentar-se às curiosidades dos macacos que habitam nossas matas. Sendo assim, no primeiro capítulo, o viajante depara-se com um diálogo entre a natureza e a cultura e como isso é determinante na relação que estabelecemos com o mundo natural e com os animais.

No capítulo seguinte, o leitor segue viagem pelos nossos biomas, conhece as características das diferentes espécies que os habitam e caminha sob a ótica das primeiras observações aos primatas realizadas por naturalistas. Em seguida, é apresentado à complexidade de ameaças, como incêndios, caça, comércio ilegal, rodovias etc., e às doloridas consequências decorrentes de nossa dificuldade em dividir o território com outros seres. E, por fim, a caminhada se encerra com as iniciativas e os cases de sucesso realizados aqui no trabalho para a preservação dessas espécies.

Ainda durante todo o percurso, o leitor tem a oportunidade de conhecer histórias marcantes como a de Tiquinho, Algodão, Chamusco e tantos outros macacos que, por inúmeras razões, foram privados de sua liberdade e só sobreviveram graças ao esforço de ONGs e entidades solidárias à causa. “É uma grata coincidência que uma publicação como esta, inédita no Brasil, seja lançada no ano em que comemoramos 30 anos de exclusiva dedicação aos nossos primatas”, diz Lívia Botár, presidente do Projeto Mucky e uma das autoras da obra.

“Esperamos que ela possa levar às pessoas um novo olhar aos primatas e que a partir daí possamos refletir sobre nossas ações e o modo como nos relacionamos com a natureza, estabelecendo novos padrões de pensamento e de atitude”, completa.

O livro, editado em duas línguas – português e inglês – tem 240 páginas, no formato 27×23 cm, e possibilitará que amantes da natureza, estudantes, educadores, pesquisadores, profissionais do setor, e claro, o público em geral, tenham acesso a uma série de informações e conheçam mais de perto o universo de seres tão fascinantes e semelhantes a nós.

Sobre as autoras

Cristina Rappa

Jornalista e profissional de comunicação corporativa, é autora dos livros infanto-juvenis Topetinho Magnífico (Ed. Melhoramentos, 2012) e Florestas – Por que precisamos delas (Ed. Melhoramentos, 2014). De uns tempos para cá, deu ainda para observar passarinhos. Amante da natureza, viajante de corpo e espírito, costuma escrever crônicas e artigos – para adultos e crianças – sobre suas experiências e reflexões.

Heloisa Turini Bruhns

Professora Titular aposentada da Unicamp,  desenvolveu vários projetos de pesquisa relacionados ao meio ambiente. Praticante de ecoturismo há mais de 30 anos estabeleceu inúmeros contatos e contratos com a natureza e a cultura dos locais visitados e pesquisados. Dentre os 14 livros publicados como autora e organizadora vale destacar A  busca pela Natureza (Ed. Manole,2009); Patrimônio, Natureza e Cultura (Ed. Papirus, 2007) e Viagens à Natureza (Ed. Papirus, 1997).

Lívia Botár

Ambientalista, Lívia Botár fundou em 1985 o Projeto Mucky, instituição que resgata e cuida de primatas e da qual é coordenadora. Considerada uma das maiores especialistas no resgate e  cuidados em primatas no Brasil, além de coordenar o Projeto, participa ativamente de eventos relacionados ao meio ambiente, ministra palestras, cursos e seminários em escolas, universidades e empresas, entre outros. Publicou os livros infantis Mucky, o sagui, Ramati, o bugio, e a Força da natureza.

Serviço

Livro: Primatas no Brasil

Autores: Cristina Rappa, Heloisa Turini Bruhns e Livia Botár

Editora: Avis Brasilis

Páginas: 240 páginas

Formato: 27×23 cm fechado / capa dura

Idioma: Português / Inglês;

Preço sugerido: R$ 98,00

Onde comprar: www.avisbrasilis.com.br e www.projetomucky.org.br

 

 

Coalizão Clima, Florestas e Agricultura é lançada por economia de baixo carbono

Cristina Rappa

Representantes de empresas, associações de produtores rurais, de energia, celulose e organizações da sociedade civil, como ONGs ambientalistas, lançaram na manhã desta quarta-feira (24), na capital paulista, a Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura. O que uniu pessoas que já se colocaram na maioria das vezes em lados opostos dos debates é propor formas de contribuir para a construção de uma nova economia de baixo carbono. E que ela seja competitiva, responsável e inclusiva, mas que se alinhe com as agendas de proteção, conservação e uso sustentável das florestas na agricultura e na redução e adaptação aos efeitos das mudanças climáticas.

Mais de 200 pessoas participaram do lançamento do projeto, que visa a propor medidas e políticas públicas, ações e mecanismos financeiros e econômicos que viabilizem a redução das emissões brasileiras de gases responsáveis pelo efeito estufa para garantir que, a partir de 2020, a emissão por pessoa seja menor ou igual à da média global. Entre outras ações, a coalizão – um movimento apartidário e horizontal – quer promover a recuperação de todas as áreas de preservação permanente e reserva legal, de acordo com o previsto na legislação, e desenvolver plantios florestais econômicos em áreas degradadas.

Para Marina Grossi, presidente do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), é natural a participação do Brasil nessas discussões, uma vez que o país é protagonista nos debates sobre preservação florestal, produção agrícola e clima. Para ela, o Brasil tem tecnologias inovadoras de redução de gás carbônico, o que interessa “do ponto de vista de negócios”, o que  representa uma oportunidade.

O secretário executivo do Observatório do Clima, Carlos Rittl, ressaltou que o desafio proposto aos empresários é grande e citou os crescentes casos de municípios em situação de emergência ou calamidade pública. “Só entre janeiro deste ano e 12 de junho, tivemos 2.054 cidades que entraram em estado de calamidade pública ou emergência no país. De certa forma, o que estamos fazendo é unir diferentes em torno de uma mesa para pensar em como Brasil pode enfrentar esse desafio para transformar nossas vantagens comparativas em vantagens competitivas”, disse Rittl.

Para Raquel Biderman, diretora do World Resources Institute (WRI), o difícil é criar as condições para a implementação dos objetivos propostos e lembrou que fazer o Plano ABC (de Agricultura de Baixo Carbono, que tem incentivo para quem adota práticas como plantio direto, recuperação de pastagens degradadas e integração lavoura-floresta-pecuária) acontecer é “crítico”. Segundo ela, a liderança feminina é fundamental e, agora, a nova encíclica papal serve de inspiração e apoio.

Segundo o presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), Gustavo Junqueira, é preciso envolver os mercados nessa discussão e despertar o interesse dos consumidores por produtos produzidos de forma sustentável. “Não dá para fazer essas discussões separadas. Precisamos do apoio de todos para conseguir conciliar as duas coisas”, afirmou.

Paulo Barreto, pesquisador do Imazon, alertou: “reduzimos muito o desmatamento na Amazônia, mas ele ainda está muito alto”. A boa notícia – anunciou – é que hoje o desenvolvimento da economia local “descolou-se” do desmatamento; ele continua com a redução dos cortes de floresta. Um alento que, somado à energia e boa vontade dos interessados em colaborar de alguma forma com a Coalizão, celebra o Dia Nacional da Floresta Araucária, 24 de junho. Com a bênção de São João.

Procura-se um companheiro para o marreco

Cristina Rappa

Não se sabe  – e nunca descobriremos – se ele tem mau hálito, não tem “pegada” ou se sua conversa é chata, mas o fato é que, apesar de bonito e majestoso, como um de seus nomes populares indica, o marreco-pompom, ou pato-real, que vive no açude da fazenda, no sul de Minas, está há mais de ano sem companhia.

Companhia fixa, dessas para formar família, vamos ser claros.

Outras aves até aparecem de tempos em tempos. Já houve uma pata (à direita na foto acima, com o marreco), comprada junto com ele, por piedade, quando os dois foram vistos confinados em uma pequena gaiola na cidade vizinha, Mococa. Pareceram ser uma solução para alegrar o açude após a morte dos gansos, o que muito nos entristeceu. Além da dúvida: teriam sido mesmo os cachorros os carrascos dos pobres gansos?

Mas a pata, já em liberdade, logo atraiu a atenção de um pato selvagem que apareceu no açude e virou mãe de seis patinhos, selvagens como o pai.

Com o tempo, a família foi se mudando e restaram, por alguns meses, apenas dois dos patinhos, já adultos, que depois também se mudaram. Volúveis esses patos! Ter asas realmente proporciona um mundo de possibilidades.

Um mês depois que os derradeiros “patinhos” se mudaram, notamos a presença de uma ave diferente e linda. Pesquisa feita com grupo de especialistas em identificação de aves no Facebook, descobrimos que se tratava de uma ganso-do-Egito, espécie exótica que deve ter escapado de algum criador ou zoológico da região.

Enquanto eu lia os comentários no post (“não deixe que ele cruze com outra espécie”, “isso que dá criar espécies exóticas”, “capture-o e leve-o a um zoológico”, “deixe o animal em paz”…), o tal ganso estrangeiro já bateu asas e foi causar em outras paragens.

Aves - Marimbondo - garça branca grande no açude reduzida

Um mês mais tarde, volto a Arceburgo e observo, no açude, uma graça-branca-grande (acima), muito elegante, e um martim-pescador, que passaram a formar com o marreco um trio curioso. E bonito, justiça seja feita. Pareciam estar em tal harmonia que achei que dali não sairiam mais.

Qual o quê! Poucas semanas mais tarde, nada da garça (o martim-pescador, pelo menos, permanece, só tendo mudado de árvore), mas três coró-corós muito simpáticos – ou simpáticas? – ciscando nas margens do açude e pousando nos galhos na sua margem.

E o marreco lá, no meio, nadando para lá e para cá, torcendo provavelmente por uma companhia mais compatível com a sua espécie da próxima vez. Será que ele terá sorte?

Cristina Rappa é jornalista, profissional de Comunicação Corporativa e, de uns tempos para cá, tem se dedicado a escrever livros infantojuvenis e crônicas sobre animais e outros seres vivos.

Empresas ainda fazem pouco uso da internet

internet reduzida dreamstimeUm levantamento feito pelo Sebrae no segundo semestre de 2014, com mais de 2 mil empresas brasileiras de pequeno e médio porte de 27 estados, mostrou que, apesar de a grande maioria (92%) de seus dirigentes acessarem a internet, o seu uso ainda é muito básico. Ou seja, esses empresários perdem muitas oportunidades que a rede oferece.

O estudo, intitulado “As Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) nas MPEs brasileiras“, conversou com representantes de 2.108 empresas dos ramos da indústria, comércio, serviços e construção. Entre as finalidades reveladas sobre o uso da internet, apareceram o uso do email (88%), pesquisa de preços e fornecedores (68%) e consulta a dados e serviços financeiros (60%). Apenas 25% dos entrevistados já havia feito um curso on line, por exemplo.

E, apesar de consultarem empresas fornecedoras pela internet, a grande maioria das empresas que participaram da pesquisa (75%) não possui um website ou homepage. Ou seja, está inacessível ao internauta que busca um produto ou serviço em seu setor de atuação. Das que possuem um site, 77% o fazem para informar sobre produtos e serviços, mas apenas 32% informam os preços.

Mais Facebook do que website

Das empresas um terço tem perfil nas redes sociais, sendo que o Facebook domina de longe, mesmo que ainda de forma tímida: 32%, contra 5% com perfil no Twitter e 3% no Instagram. Ou seja, um maior número de pequenas e médias empresas no Brasil possui uma página do Facebook do que um site. A explicação pode estar no fato de que  é mais simples e envolve menos conhecimento criar uma página e postar no Facebook em relação a criar e atualizar um website.

A questão é: essas páginas estão sendo alimentadas de forma profissional e de acordo com a estratégia e os valores da empresa? E mais: quem posta o conteúdo? Existe uma frequência definida e continuidade, caso essa pessoa deixe a empresa? E, uma vez que essas redes sociais são criadas para relacionamento, há uma política para responder e lidar com críticas de consumidores/clientes?

Já existem cursos no mercado – como o do próprio Sebrae, além da FGV Online, e outros – que capacitam para o uso da internet nos negócios, as plataformas para se criar um website estão cada vez mais acessíveis, tanto do ponto de vista tecnológico como de custos, e a participação nas redes sociais só cresce. Assim, esse movimento, mesmo que ainda lento, só tende a crescer.

Mas esses empresários devem se atentar também em não apenas ocupar esses espaços oferecidos pela internet, mas fazê-lo de forma estratégica, definindo seus objetivos (o que minha empresa quer com um perfil nas redes sociais? Qual a mais adequada para o meu negócio?), o que vai comunicar, o profissional que vai se responsabilizar por essa comunicação, para que ela seja sempre pertinente e interessante. Muito pior do que não possuir um website é mantê-lo desatualizado.

 

 

 

Novo “game” ajudará a manter instituição de apoio a primatas

Bananas!!! jogoA partir da próxima quarta-feira, 06, crianças e adultos poderão se divertir e ainda ajudar simpáticos macaquinhos. Nesse dia, entra no ar o game Bananas!!!, que terá parte da renda revertida em prol do Projeto Mucky, instituição que abriga, em sua sede em Itu (SP), macacos vítimas de maus tratos ou resgatados do tráfico de animais silvestres ou de comércios, provenientes de acidentes e de maus tratos, entre outras situações.

O jogo foi criado por Roger Sodré, desenvolvedor com prêmios no currículo como pelo jogo Hipercubo. Nele, o jogador controla um macaquinho que deve pegar as bananas que caem do topo da tela. Um placar online, batizado de Bananômetro, vai mostrando o desempenho dos jogadores, sendo que ganha o que colher mais bananas.

Ganham também os cerca de 220 macaquinhos do Projeto Mucky que, desde sua criação, em 1985, já acolheu e recuperou mais de mil primatas. Para mantê-los e ainda custear sua recuperação, uma vez que costumam chegar debilitados, desnutridos e, muitas vezes, machucados à instituição, o Mucky conta com doações, venda de objetos e o apoio de empresas e pessoas simpáticas às causas abraçadas pela publicitária e ambientalista Lívia Botár, sua fundadora e coordenadora: a preservação da fauna silvestre e o amor aos animais.

A inexistência de incentivo fiscal às empresas para o apoio a uma instituição de preservação da fauna faz com que esses patrocínios sejam escassos. “Uma das formas de apoio é por meio do apadrinhamento dos macaquinhos por pessoas físicas, mas tem sido insuficiente para manter nossa estrutura de cerca de vinte funcionários, entre eles veterinárias e biólogas”, conta Lívia, que se vê no dilema de ter que recusar acolher novos animais, por falta de orçamento. “O apoio do Roger com o Bananas!!! nos enche de esperança de poder ajudar mais animais”, diz.

“Ao conhecer o jogo, um amigo sugeriu que ele contribuísse para ajudar quem cuida de macacos de verdade. Foi quando eu pesquisei uma organização séria dessa causa e encontrei o Mucky”, conta Sodré, que há dez anos desenvolve jogos e aplicações para projeção de vídeo e Vídeo Mapping.

O Bananas!!! pode ser baixado gratuitamente no endereço www.playbananas.com e nas lojas Play Store (Android) e Apple Store (iOS), sendo que a renda é gerada pelos anunciantes e pela compra de mais bananas pelos jogadores, explica Sodré, que apadrinhou o sagui Fred, de mesmo nome do personagem do jogo. Segundo ele, o jogo é acessível a qualquer faixa etária e será constantemente atualizado, ganhando novos cenários e bananas. “Tenho certeza que vai emplacar e, com isso, ajudar muitos macaquinhos”.

Sobre o Mucky

Projeto Mucky é uma ONG e um órgão de utilidade pública que beneficia primatas de diversas espécies. Criado em 1985, o projeto, único do gênero no Brasil, socorre, recupera, mantém, pesquisa e busca a procriação das espécies em risco; e, almeja, mesmo considerando as incertezas de sucesso, reintegrar os animais à natureza. Realiza ainda um trabalho de combate ao tráfico de animais silvestres, por meio da educação ambiental.

Sediado em Itu (SP), em uma área de mais de 20 mil m2, em Itu (SP), atende atualmente cerca de 220 primatas.

Para outras informações sobre o Projeto Mucky, acesse www.projetomucky.org.br .

Aumento de produção de soja e carne não interferiu na redução do desmatamento no Brasil

Na Semana do Meio Ambiente, estudos internacionais parabenizam País pelos resultados de seus esforços no ambiente, sem prejudicar o desenvolvimento

Cristina Rappa

Floresta_site-governo-300x225 (2)Esta é para comemorar! Um grupo de cientistas da União de Cientistas Comprometidos (tradução de Union of Concerned Scientists, UCS http://www.ucsusa.org/) divulgou na quinta-feira, 05 de junho, Dia do Meio Ambiente o relatório “Histórias de Sucesso no Âmbito do Desmatamento”, em que destaca o Brasil como líder nos esforços para redução do desmatamento. Com isso, houve uma queda de 19% nas emissões de gases do efeito estufa causados pela derrubada de florestas tropicais.

Com a redução de taxas de desmatamento na Amazônia de mais de 20 mil km2 os anos 1990 e na primeira metade dos anos 2000 (em 1995, chegou a 29 mil k2 e, em 2004, a 27,7 mil km2) para cerca 5 mil km2 em 2012 e 2013, o Brasil merece o reconhecimento.

“Não dúvida de que o Brasil é a nação que mais fez [para reduzir as emissões]”, diz o relatório a que o jornal Folha de S. Paulo teve acesso em primeira mão. “A velocidade da mudança, em apenas uma década, é impressionante”, continua a matéria do jornal paulista.

Mais soja e carne

Entre as iniciativas decisivas para esse avanço em prol do meio ambiente e do clima, o estudo cita as moratórias da soja (2006) e da carne bovina (2009) a compras de fornecedores em áreas desmatadas. Planos de governo durante a gestão FHC e Lula, o aumento do controle e a falta de aceitação por parte da sociedade do desmatamento estão ainda incluído no rol de iniciativas.

Para Doug Boucher, uma dos autores do estudo, a boa notícia é que “o relatório mostra que o desenvolvimento não é prejudicado pela queda no desmatamento”, referindo-se ao fato de o Brasil ter aumentado sua produção de soja e carne ao mesmo tempo em que reduziu as taxas de desmatamento.

Para fechar uma semana de boas notícias no âmbito ambiental, outra entidade internacional, a respeitada revista científica Science, publicou no dia 06, um estudo de 17 pesquisadores norte e latino-americanos que  mostra que o Brasil conseguiu poupar, desde 2004, 86 mil km2 de matas nativas, reduzindo 70% no desmatamento e 1,5% das emissões globais de gases do efeito estufa em 2013. Ao mesmo tempo em que aumentou sua produção de soja, quase tirando os EUA da liderança, e de carne bovina.

produção de soja no Brasil - Conab

Agora é continuarmos firmes na fiscalização e na conscientização de produtores e da sociedade, para que as taxas de desmatamento continuem a cair na Amazônia, e passar a zelar mais em outros biomas, como a Mata Atlântica, da qual restou apenas menos de 12% da área original.

Este artigo foi publicado no portal Sou Agro/Terra em 09 de junho de 2014.

Amsterdã e as bicicletas

Cristina RappaPensou em mobilidade urbana sobre duas rodas, pensou em Amsterdã. A capital cultural da Holanda, conhecida como a Cidade das Bicicletas, tem 400 km de ciclovias e esse é o melhor jeito de se circular pelo seu centro histórico, do século 17. Em Amsterdã, não há sistema público de aluguel de bicicletas – como o famoso Vélib de Paris, o Bike Mi, de Milão, ou o Bike Sampa, de São Paulo – mas há vários pontos privados de aluguel de bicicletas, na sua maioria sem marchas e com freio contra-pedal, ou seja, você freia pedalando para trás. No início, é meio desafiador, mas você logo se acostuma.

Cidade plana e pequena (cerca de 820 mil habitantes) em comparação com outras capitais europeias, Amsterdã tem tudo para ser bike friendly. Tanto que muita gente se locomove para o trabalho, escola, compras ou até para a balada, de bicicleta, mesmo debaixo de chuva ou no inverno holandês, que não é ameno.

A popularização desses veículos na Holanda data dos anos 1920, quando, no entre-guerras, as bicicletas fabricadas em uma Alemanha combalida eram muito baratas e invadiram o país. Esse meio de transporte cresceu tanto que as primeiras ciclovias apareceram em 1925. Mas, fora isso, nunca houve, ao contrário de outras cidades, incentivo para quem commute de bicicleta, ou seja, quem a usasse para se deslocar para o trabalho ou escola.

Com a dificuldade de se transitar de carro nas ruas nem um pouco paralelas do centro histórico, o respeito dos motoristas –  de automóveis e bondes (o “tram”), os pontos de estacionamento para bicicletas, nada mais natural que elas dominassem mesmo as ruas. O que é bom para a saúde e o meio ambiente.

Furtos

Mesmo com tanta civilidade e educação, um dos maiores problemas dos ciclistas holandeses é o furto de bicicletas. Pois eles ocorrem em grande número e são históricos. Anne Frank, a menina judia autora do famoso diário, teve sua bicicleta furtada em 1942, na frente do esconderijo da família, durante a ocupação nazista.

Segundo o jornalista norte-americano Pete Jordan, em seu livro “In the city of bikes – the story of the Amsterdam cyclist” (Harper Perennial, 2013), no final dos anos 1990, a polícia holandesa estimava que 180 mil bicicletas eram roubadas ou furtadas por ano em Armsterdã, o que dava mais de 20 por hora. O próprio Jordan foi vítima de um desses furtos.

Não é raro ver apenas rodas presas por cadeados em postes ou grades ou mesmo apenas os cadeados arrombados. Boa parte das bicicletas são roubadas por viciados em heroína ou por gente que as usa para voltar para casa, para economizar ou mesmo por não ter o dinheiro para o bonde.

Daí é fácil entender por que as bicicletas que se veem nas ruas e canais de Amsterdã costumam ser velhas, sujas e não sofisticadas. O que dá – convenhamos – um certo charme e ar de despojamento à cidade. Como se os holandeses desdenhassem: “Não estamos nem aí para o consumismo desenfreado e somos felizes assim”.

Donos das ruas

Outra característica das magrelas holandesas são as caixas, para as compras, na frente ou atrás, no bagageiro, e as mulheres levando crianças. Muitas vezes, duas, uma na frente e outra atrás. Ou em carrinhos empurrados pela bicicleta. Haja pernas e coração.

Andar com tanta confiança e desenvoltura de bicicleta pela cidade faz do ciclista de Amsterdã um imprudente, ou um verdadeiro anarquista, exagerariam alguns. Verdadeiros donos das ruas, eles não costumam respeitar semáforos e até mesmo pedestres. O problema é quando, em um cruzamento, um dos ciclistas fura o sinal e vêm outros do outro lado. Acidente na certa.

Jordan, do livro, conta que foi atropelado em sua primeira semana na cidade por duas bicicletas, no que ele acreditava ser a calçada. Mas era a ciclovia, que ficava entre a calçada e a rua. Nesse caso, ele, novato na cidade, estava errado, mas nenhum dos dois ciclistas pensou em parar, ou parou depois para perguntar se ele, caído no chão, estava bem.

Ditadura da bicicleta

Com os smartphones, o problema aumentou, pois não é raro ver jovens escrevendo SMS em cima da bicicleta – em movimento.  E cruzando o trilho do bonde em uma atitude suicida para nós paulistanos.

Por isso, há quem já reclame da “ditadura das bicicletas” na cidade. Não só lá. No final do ano passado, os taxistas de Milão se manifestaram contra o que alegam ser uma primazia total dos veículos de duas rodas, incluindo aí as populares scooters, que circulam sobre calçadas etc. nas vias italianas.

De qualquer forma, não dá para visitar a cidade sem alugar uma bicicleta, para flanar pelos canais, descendo da magrela para visitar seus famosos museus, como o Rijksmuseum e o Van Gogh, ou para um café. E, se cansar, dá sempre para entrar no bonde.

E nem dá para deixar de questionar as nossas horas perdidas e nervosas no trânsito desrespeitoso das grandes cidades brasileiras. Qual o modelo mais sábio? Eu fico com a autoconfiança do ciclista holandês.

Cristina Rappa, jornalista especializada em agricultura e meio ambiente, autora dos livros infanto-juvenis “Topetinho Magnífico” (Ed. Melhoramentos, 2012) e “Florestas” (Melhoramentos, 2014), é louca por uma bicicleta e, sempre que pode, troca as quatro rodas por duas e sai por aí.

Obs.: Este artigo foi publicado no site Papo Reto em 08/04/14

O ganso sobrevivente

Cristina Rappa

Há cerca de dois anos meu irmão e minha cunhada ganharam seis gansos abençoados do convento das Carmelitas em Jundiaí (SP). Logo ganharam um destino que parecia, anos nossos olhos e das freiras, paradisíaco: o açude da fazenda, no sul de Minas, onde viveriam livres, com espaço, recebendo milho e ainda comendo frutinhas, como jabuticabas e acerolas.

Porém, a natureza tem suas regras e caprichos, e nem a benção das freiras livrou cinco das seis aves da morte misteriosa. Inicialmente as fêmeas, vulneráveis por estarem chocando os ovos, depois dois dos machos simplesmente desapareceram sem deixar vestígios, certamente comidos por algum animal silvestre faminto.

O pobre ganso sobrevivente, ciente do perigo, nos segue aflito, como a pedir socorro.  Acaba de ganhar dois companheiros – um marreco e uma pata – comprado por um amigo ao vê-los trancados em uma gaiola em uma loja. Nadam felizes, desfrutando da recente liberdade, e despreocupados. Nada melhor do que a liberdade, não?

Em uma tentativa de protegê-los, estamos providenciando uma espécie de “galinheiro”, onde eles se abrigariam à noite.

Fiquei muito triste com a situação das aves, mas me conforta imaginar que devem ter alimentado alguma família faminta de uma espécie silvestre (uma jaguatirica ou cachorro do mato, talvez?). Afinal, seriam esses predadores piores do que os políticos corruptos que nos escandalizam com seus golpes, os funcionários que desviam remédios de postos de saúde ou que atendem mal a população carente, os assassinos ao volante nas nossas estradas e cidades? Duvido muito.

De estimação e guarda

Os gansos são aves famosas por proteger a propriedade contra invasores. Apenas os nossos pobres amigos não conseguiram se proteger. Mas sempre deram sinal na chegada de alguém de fora.

Em função de sua valentia e braveza, já tem gente que os emprega como substitutos dos cães de guarda.

Mas, embora bravos, podem se tornar bons animais de estimação. Como um cão de guarda. Em meados deste mês de outubro, vejo a triste notícia do atropelamento do ganso Vem-Vem, que, há oito anos em uma casa em uma cidadezinha no interior do Rio Grande do Sul, acostumava acompanhar o dono por onde ele andava. Em uma dessas voltas, foi atropelado e não resistiu e agora o seu dono diz que pretende adotar seus filhotes.

Cristina Rappa é jornalista, profissional de Comunicação Corporativa e, de uns tempos para cá, tem se dedicado a escrever livros infantojuvenis e crônicas sobre animais e outros seres vivos.